quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Nos acostumamos a ser coadjuvantes

O Flamengo é um grande clube vencedor e temido pelos adversários, cuja a camisa se impõe e faz com que ganhemos na raça. Esta frase é realmente verdadeira?

É doloroso dizer que ela já não reflete a realidade há muito tempo. Nos últimos 20 anos (para arredondar), nos apequenamos. Acostumamos-nos a ser azarões, a zebra, aquele que tem que superar tudo para conseguir a vitória. E na maior parte das vezes, fracassamos e acabamos por fazer um papelão na maior parte das competições que disputamos. Tivemos um grande time vencedor, um dia. Porém, nas últimas duas décadas, vivemos de lampejos, conquistando títulos no qual não éramos favoritos, mas que caíram no colo. Não estou dizendo que não foram merecidos, lógico que foram. Mas foram totalmente inesperados.

Há quanto tempo não entramos em uma competição nacional sendo apontados como o grande favorito ao título? Há quanto tempo não somos o adversário mais temido do Brasil, aquele que todos querem bater. Há quanto tempo somos meros coadjuvantes?

Quero que vejam esta tabela. Ela lista os times que mais conquistaram títulos internacionais e nacionais nas últimas duas décadas, ordenado de forma decrescente por 1) Mundial, 2) Libertadores, 3) Série A, 4) Copa do Brasil, 5) Sulamericana (antigo Mercosul). Dentre todos os 12 grandes, somos o penúltimo. O PENÚLTIMO. Perdendo apenas para o Botafogo, que já não dá nem mais para considerar grande.


Ah, mas nunca caímos. E DAÍ??? Sério, e daí? Não caímos mas também não ganhamos! Praticamente não sentimos a emoção, o gosto de gritar "É campeão". Vivemos da eterna esperança de ver o Flamengo ser campeão de tudo. Uma geração inteira está aguardando esse momento como os judeus aguardaram por sua terra prometida. Eles esperaram 40 anos. Nós estamos quase lá. Lembra do último título mundial, que Zico foi buscar? Nem eu.

É hora de por os pés no chão e pensar em tudo o que foi feito de errado durante todos esses anos. Porque os outros chegaram lá e nós não? O que eles fizeram que nós não fizemos?

É preciso planejar e executar. Não no achômetro, não no amadorismo, mas contando com a ajuda de alguém competente e experiente no futebol. Não é admissível que todos os setores do Flamengo sejam (muito bem) geridos por gente respeitada e que domina a sua área e o futebol não seja. Futebol é a nossa vida. Sem ele o Flamengo não é nada. Nada.

Já passou da hora da ficha cair. SRN.