segunda-feira, 7 de novembro de 2016

2017, o ano da colheita


2016 acabou. Ainda restam umas folhas no calendário, temos alguns jogos a disputar, mas para o Flamengo já é o momento de olhar para 2017. É um olhar ao mesmo tempo de ansiedade e expectativa. Pois está se aproximando o momento da colheita.

Passamos 2013, 2014, 2015 e 2016 plantando. Foram muitos esforços, sacrifício, suor escorrendo das testas de quem está no dia a dia do clube, seja como cargo remunerado ou como colaborador. O Flamengo mudou para melhor com a ajuda de muitas mãos. E cada uma teve sua devida importância.

Terminaremos 2016 com as contas equalizadas. Ou seja, o que ganhamos em um ano poderia pagar toda a nossa dívida. Uma relação de aproximadamente um para um. Com isso, as dívidas estão controladas e poderemos começar a usar esse recurso que ia para pagar dívidas para alimentar o próprio Flamengo.

Em dezembro o CT será entregue e isso deve ser motivo de muito orgulho para todos nós. Finalmente teremos nosso Centro de Treinamento, feito com ajuda de tijolinhos, pulseirinhas, doações, patrocínios, permutas e muito sacrifício financeiro. Estrutura hoje é essencial no futebol. Hoje podemos dizer que temos um CT de alta qualidade, um dos melhores do Brasil, senão O MELHOR, com tecnologia de ponta. No Mundo Rubro Negro você pode ver uma matéria especial sobre como está o andamento da obra e como vai ficar.


Contratamos bons jogadores. A qualidade do time aumentou muito com relação aos últimos anos. Depois de sei lá quanto tempo pudemos brigar pelo título de igual pra igual. Não deu desta vez. Pesou muito o sacrifício das viagens durante o ano, fez muita falta ter uma casa. Foi difícil para a torcida e principalmente para os jogadores e comissão técnica. Fica o gostinho de frustração no final, mas eles fizeram o que era possível nas condições apresentadas. Ao fim, temos o melhor aproveitamento desde o início dos pontos corridos.

Então analisemos. Em 2017 teremos então a seguinte combinação: Contas equalizadas + CT de ponta + uma espinha dorsal do time. É muito mais do que tivemos nos últimos 20 anos, pelo menos. Claro que há espaço para melhorar, principalmente com relação ao planejamento. As coisas em 2016 aconteceram meio ao acaso. Continuamos fazendo nossas principais contratações no meio do ano. E a falta de definição de uma casa foi o mais evidente dos erros.

O que eu gostaria de ver o Flamengo fazer a partir de agora, visando um 2017 propício para a colher os frutos de tanto trabalho?


1) Eliminar os elos fracos. Precisamos contratar pontualmente para posições específicas. Não precisaremos trocar meio time como em outros anos. Como serão menos contratações, podemos então prezar pela qualidade. As prioridades número zero e um são primeiro volante e pontas. Já que este é o esquema adotado, então que tenhamos as melhores peças disponíveis no elenco. E emprestar, vender, ceder, não renova com os que não estão aptos para vestir a camisa do Flamengo.

2) Priorizar o título Brasileiro. Temos que ter começar o ano com este foco: Vamos ser campeões brasileiros. E pelo menos no primeiro semestre, a Libertadores deve ter prioridade sobre qualquer outra coisa. Especialmente sobre o carioca, que não serve para nada já há alguns anos.


3) Ter uma casa no Rio de Janeiro. Não importa se no Maracanã, se em um estadio provisório, se fruto de algum acordo. O Flamengo tem que jogar no Rio. Nem torcida nem os jogadores suportarão passar novamente pelo que passou este ano. Seria um erro estratégico e desumano pensar que pode fazer isso de novo. Não, não pode. Programem-se desde já, negociem desde já, busquem uma alternativa viável desde já se não vamos aceitar a pressão de jogar no Maracanã com terceiros administrando. O Botafogo, que tem muito menos poder de fogo (perdão pelo trocadilho) que nós conseguiu viabilizar uma casa temporária. Porque não podemos? Um ou outro jogo poderia ser jogado estrategicamente no Pacaembu, para aumentar nossa influência na terra da garoa. Ou em Cariacica, onde o time gosta de jogar. Mas seriam a exceção, não a regra.

4) Começar a usar mais a base. Não, não tô pedindo pra nenhum garoto ser titular. Não quero que queimem etapas, nem que joguem-nos aos leões. Mas eles precisam ganhar experiência. Tem que jogar, nem que seja uns poucos minutos no segundo tempo de vez em quando. Precisamos estabelecer metas para uso dos garotos pelo treinador, com direito a um gordo bônus se ele alcançar. Já é hora de começar a ver os meninos do Ninho entrando em campo, aos pouquinhos.


5) Manter o Zé. É preciso dar continuidade ao trabalho. Zé Ricardo, até o momento, é o treinador com melhor campanha no Flamengo desde os pontos corridos. Ganhamos vários jogos que costumávamos perder. Ele ainda não está 100% pronto, falta mais experiência. Mas isso ele só consegue com o tempo. Precisamos acabar com a história de trocar um técnico sempre que tem 2, 3 resultados ruins. Quero ver o Flamengo bancando o Zé e investindo em sua formação. Porém desejo também ver ao seu lado pessoas também jovens e com a cabeça aberta para as novidades do futebol, com ânsia de estudar e aprender.

A torcida já espera há muito tempo, pacientemente. Mas não há mais espaço para muitos erros. Ela está com uma sede imensa de títulos e não vai se conformar de passar mais um ano sem ganhar nada, sem disputar pra valer os títulos, em ver jogadores achando bom ser eliminados. Precisamos de um título nacional para coroar a boa administração dos últimos anos. Para que a festa da colheita comece. Condições para isso teremos.